Introdução ao Perl
Quem já ouviu falar de Perl, quis aprender e depois pensou, mas como é que vou aprender isto, ou melhor, de que maneira é que vou aprender Perl? E para que serve o Perl? A pensar nessas questões criei esta rubrica para vos mostrar como fazer algumas coisas. Para que servem algumas funções entre outros aspectos importantes de referir.
Este artigo vai estar divido em 3 partes:
- Perl, o que é?
- O que é necessário para correr Perl?
- Introdução a conceitos básicos.
Perl, o que é?
A linguagem de programação Perl foi desenvolvida em 1987 por Larry Wall e serviu de base para muitas linguagens modernas de programação, tais como Javascript, Ruby, etc. O Perl é caracterizado por ser uma linguagem de programação amplamente usada por administradores de sistemas, hackers, crackers e webdevelopers. Tem os seguintes pontos fortes:
- Extremamente rápida a trabalhar com strings/arrays/hashes/regex.
- Corre em mais de 100 plataformas diferentes.
- Pode ser utilizada para web development, desempenhando pápeis geralmente ocupados por PHP, ASP, etc.
- Suporte unicode.
- Actualmente permite programação orientada a objectos e também procedural.
- Tem uma enorme comunidade de developers que desenvolvem módulos para agilizar o trabalho dos programadores. Para termos acesso a esses módulos basta ir ao site CPAN.
- Suporta integração com bases de dados.
- No entanto, é uma linguagem mais orientada para scripting, ao seja pequenos programas para automatizar tarefas.
O que é necessário para correr perl?
Para correr o Perl nas nossas máquinas é preciso ter o Perl instalado. Em sistemas Unix e MacOS, o Perl já vem instalado por defeito. Em sistemas Windows basta fazer download da aplicação Strawberry Perl e instalar. Para programarem em Perl eu recomendo o software Padre Perl (corre em sistemas Linux e Windows) ou então utilizem o eclipse com o plugin Epic IDE.
Introdução aos conceitos básicos
E finalmente chegamos a parte mais prática deste artigo. Aqui irei mostrar como criar um programa que imprime uma mensagem para o ecrã e outro que vos irá pedir o nome e imprimir uma mensagem de boas-vindas. Então mãos a obra. Depois de abrirem o vosso IDE. Escrevam o seguinte e guardem o ficheiro como helloworld.pl
. De referir o .pl
refere-se a extensão que os scripts em Perl têm. Então, depois de copiarem este pequeno script façam executar no vosso IDE para verem o resultado.
#!/usr/bin/perl
use warnings ;
use strict;
print "Bem vindos ao Perl";
Agora começam a pensar, mas então o que e que e cada coisa que está ali. Para mim parece chinês use
isto, print
aquilo. Bem é bastante fácil de entender e irei explicar passo a passo cada coisa para que vocês fiquem a perceber tudo.
#!/usr/bin/perl
Esta linha é bastante importante, é logo a primeira linha a ser escrita e não pode ter espaços nem ficar na segunda linha do script porque senão irá dar erro. Quando um interpretador executa um ficheiro Perl, ele tem que saber que o ficheiro em questão é um ficheiro Perl, e que tipo de interpretador é que tem que usar, e nesta linha nós indicamos isso.
use warnings;
use strict;
Nesta situação usamos 2 pragmas, um pragma é uma extensão ao programa. Ao seja vamos incluir funções que não vem por defeito num script. Para tal temos que usar a função use
seguida do nome do pragma. Neste caso usei o pragma warnings
e strict
. O pragma warnings
é responsável por nos avisar de possíveis erros de sintaxe ou mesmo de programação. Enquanto que o pragma strict
permite uma melhor organização e estrutura a nível de sintaxe, declaração de variáveis, procedimentos, etc.
print "Bem vindos ao Perl";
Por fim a função print
, esta função irá imprimir para o ecrã aquilo que declaramos.
Agora iremos criar um pequeno programar que irá pedir o nome de utilizador e imprimir uma mensagem de boas-vindas no ecrã.
#!/usr/bin/perl
use warnings ;
use strict;
print "Introduza o seu nome\n";
my $nome = <STDIN>;
chomp ($nome) ;
print "Bem vindos ao Perl $nome";
Neste script introduzi 5 funções novas:
my
: Esta função é usada para declarar qualquer tipo de variáveis. Mas a sua utilização só e obrigatória se tivermos usado o pragmastrict
. Caso não tenhamos usado só é obrigatório utilizar dentro de funções (mas isso fica para outro tutorial).$nome
: É a nossa variável, para se declarar uma variável usa-se o simbolo$
.<STDIN>
: Esta função é utilizada para ler o que é introduzido pelo teclado. Ao estarmos a igual a variavel$nome
a esta função, estamos a dizer que a variávelnome
ira ter o valor do<STDIN>
.\n
: Usando esta expressão numprint
iremos dizer ao programa que depois de imprimir o conteúdo doprint
deverá criar um nova linha (carregar no enter).chomp
: Esta função é das mais importantes que se podem utilizar, visto que elimina os\n
de todos os valores da variável que queremos.- Por fim no
print
chamamos a variável$nome
e irá imprimir o seu valor.
Já agora fica uma pequena dica. Em vez de fazerem isto:
my $nome = <STDIN>;
chomp ($nome) ;
Podem fazer logo isto:
chomp(my $nome = <STDIN>)
Que alem de deixar o código mais organizado, agiliza a escrita de código.